quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O fabuloso destino...


















O tempo passa, a criança cresce... mas volta e meia ainda sonhamos com algum fabuloso destino, não muito diferente de Amelie Poulain. Feito criança, idealizamos. Muitas vezes nos frustramos, na maioria delas fugimos de nosso destino. Este filme nos aponta o caminho para o conto de fadas realizar-se: sonhar é fundamental, mas a realização depende do quanto vivemos no presente.

“Viver é melhor que sonhar”

Passado e futuro são frutos da mente. Nossas lembranças são fragmentos do vivido, as idealizações são esboços do que virá. Só o presente é real, só ele é capaz de nos proporcionar felicidade, nele está o corpo, nele há prazer.

Se o passado já foi e o futuro é uma ilusão, pra onde estamos indo?
“Estamos indo para o presente”

Precisamos não deixar o bonde passar, devemos embarcar no trem fantasma, mesmo com um medo danado. Porque O fabuloso destino de Amelie Poulain bateu na porta dela, mas isso raramente acontece.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

300 imagens

A beleza dessas imagens falam mais que mil caracteres, como hoje estou assoberbada, deixarei no meu blog algumas cenas que me emocionaram pela plasticidade e perfeita adaptação dos quadrinhos à tela. De arte pra arte.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O gosto do chá


Saborear a vida nos pequenos detalhes. Respeitar as direnças de cada ser, observá-los como uma requintada e preciosa obra de arte. Contemplação do dia-a-dia, sua beleza e conflitos. O cotidiano simples, sem grandes acontecimentos, mas com muita poesia, carinho e cuidado. Assim vivia a família retratada em O gosto do chá. Cada um em seu universo particular, seu problema, encontrando sua solução, vencendo obstáculos. Não se espera nada do outro. Calma, com alma. Simplicidade. A cerimônia do chá refletina na vida familiar.

“Cada um com o seu cada um” dizia uma amiga minha, por volta dos meus vinte anos. Passado muito tempo, ainda sinto dificuldades em praticar e percebo que não importa a idade, sexo, grau de instrução, nacionalidade... todos temos essa dificuldade.

Compreender personalidades mais fechadas, menos expansivas é difícil. Alegria é sorrir e abraçar todo mundo. Amar é contato. Mas existem diversas formas de toque e afeto. A expansividade é um bom esconderijo pra falta de profundidade nas relações. Vivemos assim, afastados. A família do filme não se abraça, não se beija, mas se respeita e se ama.

Profundidade. Algo só é dito e feito quando há consistência. Sem superfialidades, medita, estuda, investiga, amadurece. Quando o pensamento já não cabe mais em si, faz-se.

Tempo.

A rotina tem seu encanto, crítica de Eduardo Valente.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Jogos de suspense

"Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove; 
Um deles se engasgou e então ficaram nove. 
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito! 
Um deles cai no sono, e então ficaram oito. 
Oito negrinhos (...)
E depois? O urso abraçou um, e então ficaram dois. 
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um. 
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não ficou nenhum."

Nunca pensei em escrever sobre Jogos Mortais, mas enfim, quero falar da insatisfação em vê-lo. Confesso que sou fã de suspense, mas uma boa história é difícil de escrever. Na adolescência li alguns livros da Agatha Christie e me deliciava. O primeiro que li foi “Os elefantes não esquecem”, como não sou elefante, já esqueci a trama toda. O mais marcante foi “O assassinato de Roger Ackroyd”, inesquecível por diversas nuances, mas principalmente por uma constatação constante do investigador Poirot: todo mundo tem um segredo. Isso foi mais importante que a trama do assassinato. 

Depois, os livros dela foram se tornando pouco surpreendentes pra mim, não que eu adivinhasse a trama antes do fim, mas por achar que o jogo era injusto. A autora raramente revelava fatos cruciais para decifrar o enigma, então, você podia ter descconfianças, mas ela sempre ganharia no último capítulo. Isso sim, pareceu-me tedioso e desleal, do tipo “não sabe brincar, não brinca”. E é nessa direção que Jogos Mortais segue. Esclareço que vi apenas o primeiro e foi suficiente para perceber a desonestidade da história.

Quando o lançaram, muitos diziam entusiasmadamente que se tratava de um filme com final surpreendente. Na minha opinião, um final estapafúrdio, onde o espectador não tem chance de chegar. Mesmo assim, o filme poderia ter um conteúdo plausível, que justificasse o desfecho tirado da cartola. Mas nem isso! Lembrei-me desse filme porque acabei de ler “O caso dos dez negrinhos”, que me indicaram dizendo que o filme Identidade havia sido baseado nele. Como gostei de Identidade, resolvi ler. Há uns dez anos não lia Agatha Christie e mais uma vez a história é contada de forma incompleta e no final, ela vence. Mas nesse livro, isso não faz a mínima diferença. A insanidade do final é explicada por uma mente psicopata perfeita. Um assassino admirável, com o nível de inteligência do psicopata de Seven e de Hannibal, que pra mim são os dois personagens mais bem bolados do gênero. Já em jogos mortais, o assassino também não sabe brincar. Ele impõe a suas vítmas, situações impossíveis de serem superadas, que é contrária à teoria de que ele está tentando salvá-las. Incoerência total. A estética mórbida me agrada, aliás, fui atraída pelos cartazes do fime. O argumento é interessante, mexe com a imaginação. Mas, falta criatividade para dar conta disso tudo.

Só para registro, a única coisa que Identidade e O caso dos dez negrinhos possuem em comum é o clima tenso, de assassinatos consecutivos. O resto é resto. Mais vale o processo de suspense que a história em si.

A direção de arte dos cartazes de Jogos Mortais é ótima, continua surpreendendo com "detalhes" mórbidos.

Identidade também tem um cartaz à altura do filme. Muito bom!




Gosto do título em inglês, demonstra que o fim dos personagens é o menos importante. A primeira capa eu acho que tem Photoshop demais, mas a idéia é boa. Na segunda tem elemento demais gritando, mas a idéia também é boa. Este último tem a melhor solução gráfica, mas falta identidade com a história...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

X-life

"Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento" Clarice Lispector

Vivemos e tentanmos compreender nosso significado. Desconfiamos de diversas coisas que não conseguimos provar. Relatamos a vida de forma inconclusiva, não importa a idade, o sexo, localização e classe social. Por mais firme que seja a ciência nesses dias insanos, por mais avançada que seja a sociedade, o máximo que conseguimos fazer é querer acreditar.

Cremos em experimentos, cálculos, lógicas, filosofias, religiões... O que mais me atraiu na série foi e a certeza do incerto. A ciência não é soberana, soberano é o caos. Ela não encerra todas as respostas, é apenas um conjunto de perguntas, algumas respondidas, a maioria não. Na época em que conheci Arquivo X, em seu sexto ano, eu havia deixado recentemente uma carreira na área de saúde para me dedicar à ciência inexata da arte. Haviam perguntas demais na minha cabeça, a maior parte sem resposta. Compreender a vida através da ciência era insuficiente. Lembro-me de uma noite de chuva, em que observava a luz, o balanço das árvores, a água... um amigo me perguntou: “sabe porque acontece isso?”. Referia-se a algum fenômeno natural muito bonito, não lembro qual. Sei que ouvi uma explicação e pensei que aquilo não tinha o menor significado pra mim. O importante era estar ali e apreciar o momento.

Eu via Arquivo X não com interesse em compreender a pseudo-explicação científica para fatos inexplicáveis e irreais. Pra mim, era só um trampolim para o prazer de imaginar que as coisas são bem diferentes do que nossos sentidos captam e a mente processa. Nós somos insignificantes. A verdade está sempre lá fora. Inatingível. Não há o que se fazer para encontrá-la.

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P.S.: "Quando o filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmou que não há fatos, só interpretações, não poderia imaginar que poucas décadas depois seria confirmado por um matemático." Carla Rodrigues. Vale a pena conferir o texto na íntegra: http://carlarodrigues.uol.com.br/index.php/570

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Meu nome não é 171

Essa história dava um caldo melhor..












Meu nome não é Johnny
parece ingênuo como os meus anos 80. Espero que os jovens de hoje não se deixem levar por esse conto da Carochinha, porque a ingenuidade tem seu preço e, nesse caso, pode ser alto demais.

Se você não viu o filme, melhor não ler o texto de hoje, tem um monte de spoiler.

Talvez a ingênua seja eu. Pode ser que um jovem, de classe média carioca, consiga realmente se viciar sem nenhum transtorno. E como prêmio por sua honradez, passe a vender drogas pra pagar as festinhas e a diversão com os amigos. Isso, repito, sem efeito colateral algum! É possível que tubarões do tráfico sejam caras solícitos, que oferecem sua mercadoria a pessoas expansivas e fazem convites simpáticos para passear pela Europa, com trouxinhas embaixo do braço e todas as facilidades do mundo.

Incluído no pacote de boas perspectivas, há o amor, a pessoa ideal que surge inesperadamente e convive na insegurança do dia-a-dia sem maiores problemas, mesmo com quilos de droga dentro de casa, pouca infra-estrutura e pertubações de viciados na portaria do prédio. Mas nada impede a felicidade, apenas o ciúme atormenta o casal.

Acredito que aconteça do mocinho descobrir que está sendo chamado de bandido e ter a chance de provar, aos olhos da justiça, que de vilão ele não tem nem o nome. Desse modo, talvez consiga salvar seus amigos e se torne um herói.

Por fim, pode ser que alguém saia da cadeia sem máculas e que o sistema penitenciário o ajude a mudar. Sim, tudo é possível! Pois bem, o Natal tá chegando e vou escrever minha cartinha destinada ao Pólo Norte. Quem sabe ganho a casinha dos meus sonhos...

Esse mundo eu podia imaginar nos anos 80, antes dos meus vinte anos. Agora não dá mais. Mas quem sou eu pra dizer isso... Diga você: ingênuo o filme ou ingênua eu?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Batismo de Sangue



“O céu e a terra não são bondosos
Tratam os dez mil seres como cães de palha”


Tao Te Ching, cap 5

O mistério continua.

A história se entrelaça...
Quatro de abril de 1968, Rogério Duarte é preso ao tentar ir à missa de sétimo dia de Edson Luís.
Quatro de setembro de 1969, sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick. Entre seus participantes, Fernando Gabeira e Carlos Marighella.
Ainda em 1969, Frei Tito, entre outros padres dominicanos, é preso em operação que visava a morte de Carlos Marighella. No início de 70 ele é torturado sob o comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Em 71 é libertado com mais 14 presos políticos, em troca da libertação do embaixador suíço Giovani Enrico Bucher, sequestro mostrado na adocicada série “Anos Rebeldes”.

... a minha história
16 de abril de 2007 com muita dor e sofrimento fui balizada durante a pré-estréia do filme “Batismo de Sangue”. Sábado passado, 25 de outubro de 2008, terminei de assistir a série “Anos Rebeldes”, tão importante para minhas irmãs durante a adolescência. Domingo votei em Gabeira. Agora leio “Tropicaos”, de Rogério Duarte e minha pergunta se revela em seu texto caótico:

“Eu e o Ronaldo fomos escolhidos, os únicos entre vinte milhões de padres, artistas, favelados. Por isso será dado um lugar especial para nós na história. (...). Mas eu quero que ninguém se esqueça do recado: Da próxima vez serão outros. É preciso exterminar os 20 milhões.”

Sempre tive muito receio de ver filmes sobre a tortura na ditadura. Sou muito sensível à cenas violentas. Mas, às vezes, também é importante sentir a profundidade da ferida no corpo da nossa pátria, mãe gentil...

E por mais que o filme me desse uma noção da dor, sei que não posso sentir 10% do que realmente foi... Li o depoimento de um dos atores (acho que do Léo Quintão) dizendo que nas filmagens ele sabia que quando quisesse, podia pedir para parar, o que não acontecia na realidade. Essa percepção é muito forte...

Sofri muito durante a exibição. Quando os créditos do filme começaram a subir, a platéia começou a aplaudir e eu me recusei a isso. Estava com uma dor tão profunda, que parecia que se eu aplaudisse, estaria aplaudindo os atos de violência assistidos.

Foi preciso deixar passar TODOS os créditos para que eu me sentisse aplaudindo o diretor, os atores, toda produção e personagens reais, presentes na exibição. Depois tive vontade de abraçar todo mundo, num gesto de solidariedade.

Saí do Odeon pensando em quais seriam os violentados do momento presente (Os tais 20 milhões).

Foi difícil... mas imprescindível.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A injustiça é vermelha













“O céu e a terra não são bondosos
Tratam os dez mil seres como cães de palha”

Tao Te Ching, cap 5

Na simbologia Taoísta, os cães de palha representam o desapego e a impermanência, por isso são queimados nos rituais. Faltam ao homem esses sentimentos. Isso nos impede de perdoar e aceitar o próximo como ele é. Ao contrário, julgamos, condenamos e clamamos por justiça. Esquecemos que somos cães de palha e que a vida muitas vezes nos parecerá injusta, mas se acreditamos nela, veremos que tudo flui na direção certa. O apego à justiça é em si um mal terrível, que nos cega e pode destruir nossa alma com amarguras infinitas.


Precisamos exercitar o caminho contrário, de desapego e confiança. Ter a certeza que se algo nos falta agora, amanhã virá. A única constância da vida é a mudança. Talvez não mude da forma que desejamos, por isso o desapego é importante. Será que a realidade que se apresenta é tão ruim? É possível que nosso sonho seja pior e não percebemos isso. Alguns acham que aceitação é acomodação e que devemos lutar por mudança, no entanto, um monge disse sabiamente: “só é possível transformar a realidade quando aceitamos ela.”

O filme A Fraternidade é Vermelha me leva à viajar na força do acaso. Sua câmera escorrega de um lado para o outro, mostrando que a felicidade pode estar mais próxima do que imaginamos. Suas cores revelam que a cor do amor e da paixão é também da dor, da raiva, da mágoa e da violência. E o tempo, esse senhor de tantas coisas, nos diz que nunca é tarde para reescrever a própria história. Assim, o que me estampa a vista na cena final — e me arranca lágrimas emocionadas — é a certeza de que a vida é macaca de imitação da imaginação. Sejamo, pois, criativos!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O tempo certo para Traquinagens

Ou o tempo certo para solucionar nossas inquietações.











“Se você quer uma hora de boa pintura, terá de dispor de quatro horas para si” Bushnell Keeler, citado no livro Em águas profundas do David Lynch

Semana passada terminou o Festival do Rio e com ele minha humilde maratona de oito filmes. Curiosamente o primeiro que vi foi Traquinagens, que segue num caminho oposto ao da overdose cinematográfica a que me impus.

Em linhas gerais, um menino e sua irmã adolescente experimentam a sorte. Isaac Newton declarou, pouco antes de morrer, que se sentia ainda uma criança diante de um mar de descobertas. Essa me pareceu uma sensação incrível, porque estar como uma criança diante da experiência da vida é ter conservado esse tempo dentro de si, aquele necessário para que a semente germine e vire arbusto. O menino do filme mostrava isso, ele parecia ter a vida inteira para executar suas experiências, sem pressa, sem ansiedade.

Ele tinha um problema: havia sido separado de seu pai. E tentava descobrir se era capaz de mudar a sua sorte. Esse não é um problema simples, nem superficial, nem raro na vida. Mas tudo que ele fez foi se concentrar nisso e utilizar todo tempo que tinha disponível para investigar. Essa investigação era um misto de horas de observação e algumas poucas interferências no curso das coisas.

Tenho pensado muito na calma, no silêncio, no vazio, no tempo necessário para que as coisas e a vida amadureça. É preciso trabalhar, estudar, divertir-se, ler, ver filmes, saber do que acontece no mundo e na vida dos seus amigos. É preciso estar com as pessoas e relacionar-se. Não há tempo pra trabalhar, estudar, ler e responder e-mails, ver o noticiário, dançar, cuidar do corpo, encontrar os amigos, assistir um filme por dia, escrever sobre a vida e o cinema...

O texto de hoje foi escrito nessa roda alucinante, carrossel de criança girando rápido, como gostamos de fazer na infância e ouvimos nossos pais dizerem: “não rodem tão depressa, vocês vão ficar tontos, cair e se machucar”.

Saiba mais sobre o filme

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Candy e seu efeito colateral


"Graças aos euforiantes, as dificuldades e frustrações do presente podem ser trocadas por mundos substitutos criados pela própria mente, mundos nos quais os problemas desaparecem, as ansiedades são acalmadas e os desejos saciados." Richard Restak

O filme candy me levou a uma viagem reflexiva sobre entorpecentes, que em farmacologia são substâncias causaroras de sonolência, que amenizam a dor e levam seus usuários à ilusão da vida sem problemas. Causam dependência química e psíquica e seu representante mais ilustre é o ópio — a própria religião, segundo Marx.


Como mais do que perigoso, viver é sofrido; saí do cinema pensando que ninguém gosta da dor e mesmo sem consumir psicotrópicos, buscamos formas lícitas de entorpecimento: religião, ciência, filosofia, sociologia, trabalho, amor, família... e o meu, qual seria?

Semanas sucederam-se e a pergunta permaneceu. Com o tempo esqueci... a resposta surgiu durante uma crise de abstinência, num dia em que eu procurava desesperadamente um filme para assistir. Então lembrei do estado inebriante que fico após um bom filme, aliás, classifico a qualidade deles pela capacidade que têm de me levar a um estado alterado de consciência, onde um insight pode surgir ou uma emoção pode ser compreendida, por exemplo.

Depois disso, lembrei-me de uma frase do Nietzsche que alfinetou meu fígado tempos atrás: "Temos a arte para que a verdade não nos destrua". Tive certeza que o cinema, a literatura e minha imaginação são válvulas de escape preciosas. Resta-me saber dosar, pois mesmo lícito, meu vício pode levar a um estado de dependência e entorpecimento, que em bom português significa: paralisia.