quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A injustiça é vermelha













“O céu e a terra não são bondosos
Tratam os dez mil seres como cães de palha”

Tao Te Ching, cap 5

Na simbologia Taoísta, os cães de palha representam o desapego e a impermanência, por isso são queimados nos rituais. Faltam ao homem esses sentimentos. Isso nos impede de perdoar e aceitar o próximo como ele é. Ao contrário, julgamos, condenamos e clamamos por justiça. Esquecemos que somos cães de palha e que a vida muitas vezes nos parecerá injusta, mas se acreditamos nela, veremos que tudo flui na direção certa. O apego à justiça é em si um mal terrível, que nos cega e pode destruir nossa alma com amarguras infinitas.


Precisamos exercitar o caminho contrário, de desapego e confiança. Ter a certeza que se algo nos falta agora, amanhã virá. A única constância da vida é a mudança. Talvez não mude da forma que desejamos, por isso o desapego é importante. Será que a realidade que se apresenta é tão ruim? É possível que nosso sonho seja pior e não percebemos isso. Alguns acham que aceitação é acomodação e que devemos lutar por mudança, no entanto, um monge disse sabiamente: “só é possível transformar a realidade quando aceitamos ela.”

O filme A Fraternidade é Vermelha me leva à viajar na força do acaso. Sua câmera escorrega de um lado para o outro, mostrando que a felicidade pode estar mais próxima do que imaginamos. Suas cores revelam que a cor do amor e da paixão é também da dor, da raiva, da mágoa e da violência. E o tempo, esse senhor de tantas coisas, nos diz que nunca é tarde para reescrever a própria história. Assim, o que me estampa a vista na cena final — e me arranca lágrimas emocionadas — é a certeza de que a vida é macaca de imitação da imaginação. Sejamo, pois, criativos!

2 comentários:

Anônimo disse...

Filmão, meu predileto da trilogia!

Pamela disse...

Cíntia, me dá uma ajuda!
É que eu não faço a menor idéia de como pôr os links de outros blogs no meu.

Beijo!