quarta-feira, 1 de abril de 2009

Não tenho idade


















Passei a infância e adolescência ouvindo Gigliola Cinquetti, com meus pais dizendo que Dio, Come Ti Amo! era um filme lindo que eles haviam assistido no cinema quando começaram a namorar. Na época, minha mãe tinha a mesma idade da protagonista. Eles suspiravam pelo filme e eu, como boa filha, sempre achei que devia ser um filme chaaaato, com um final que te arranca rios de lágrimas. Sinceramente nunca quis ver.

Acontece que minha mãe me pediu para gravá-lo em DVD e fui conferir se a cópia estava boa... achei bonitinho o início —com aquela musica que eu havia escutado incontáveis vezes — acabei vendo mais um pouquinho, e mais, e mais até o fim!

Gostei. Fiquei surpresa. É um romance bonitinho. Um conto de fadas ingênuo, mas cativante. Numa época em que as atrizes ainda podiam ter os dentes separados sem deixar de ser musa. Gigliola é linda e canta durante o filme todo.

Dia 31 de março — dia em que escrevo esse texto — é aniversário de casamento dos meus pais. São 36 anos só de casados! Então, esse post é em homenagem a eles, que parecem ter encontrado o sonhado amor-pra-vida-inteira. Mesmo sem viagem à Espanha ou Itália, sem mansão de príncipe, sem ser diplomata nem cantora, sem famosa cena de avião partindo... Sim, eles continuam românticos, depois desses anos todos. Costumo ouvir dos meus amigos: “tão bonitinhos teus pais, eles ainda são namoradinhos”. Claro que existem altos e baixos, brigas, tristezas, mágoas... mas existem os beijos carinhosos, os abraços e muitos sorrisos. Mesmo com todas as dificuldades do relacionamento, eles estão juntos e felizes. Diante da vida, um casamento assim é uma raridade a ser festejada. Parabéns!

Um comentário:

Rob disse...

Você me fez viajar no tempo. às vezes tenho dificuldade para lebrar o nome de alguma cantora recente, mas a qualquer menção a Cuando m'innamoro, Non ho l'età ou Dio, come ti amo, meus neurônios rabiscam imediatamente no ar: Gigliola Cinquetti.

Eu não tinha visto o filme, agradeço por ter mandado o link pro começo e pro final, o meio eu interpolei e verei assim que achar o filme.

Imagine a cena: eu estava no Zona Sul esperando uma pizza (só quem já foi lá entende) e entrei no teu blog pelo celular enquanto fazia hora. Comi a pizza e fiz as compras cantarolando Non ho l'età... isto foi ontem. Cheguei em casa, fui ao youtube a de link em link vi a Cinquetti cantar até Aquarela do Brasil. E até agora a musiquinha não mne sai da cabeça.

Fiquei pensando em como o mundo mudou. A cena final seria inviável com a segurança de vôo (nenhum dos dois conseguiria chegar na pista). E a estória toda hoje seria considerada pedofilia (a letra, aliás, é sutil mas a mensagem é clara: vamos nos amar mas sexo agora não).