quinta-feira, 30 de julho de 2009

Üç Maymun










Quando as luzes precocemente se acenderam e ouvi a voz de minha amiga dizendo: “vamos?” eu ainda estava num transe, tudo o que sentia era uma maldição, como uma batata quente, que vai seguindo de vida em vida, destruindo a todos. E o que poderia interromper esses ciclos devastadores? A única resposta que encontrei foi “assuma seus próprios erros, por piores que pareçam e maiores que sejam as consequências”. O resultado pode ser uma desgraça temporária, mas o mal se encerra. Jogar a culpa em outra pessoa pode trazer alívio imediato, mas o problema permanece e vai crescendo com o passar do tempo. Melhor matar o bicho enquanto ainda é filhote.

Com uma visão machista, onde a mulher é o ponto de maior vulnerabilidade, o filme 3 Macacos tem um ritmo lento, diálogos desencontrados, silêncios e uma bela fotografia. Assim, ele passa letargia. O silêncio é tão grande que os pequenos ruídos do público na sala participaram do filme. Algumas pessoas inquietas, outras ressonando... a única maneira de usufruir é mergulhar nessa lentidão e deixar os sentimentos fluírem, até que chegue a grande tempestade. Pra mim ficou a sensação de que assumir os erros seria aceitar os trovões e relâmpagos, mas sabendo que depois tudo passa e a chuva cura a terra.

“Storms have come!
Rains wash the earth away
Dark skies fall down
Into another day.”
Enya, Storms in Africa

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