quarta-feira, 3 de março de 2010

A queda



Resistir ou render-se? Eis a minha questão diante do filme "A Queda – As últimas horas de Hitler", que em Portugal recebeu o nome de "A Queda – Hitler e o Fim do Terceiro Reich" e achei mais coerente com a narrativa, que não se prende ao ditador, mostrando os últimos dias da resistência Alemã em Berlim. Portanto, é um filme que fala também sobre a força, moral, lógica e fragilidades do ato de resistir. 

Somos criados para ser fortes, não ceder e lutar. Se vamos mal numa prova, tentamos outra vez e não desistimos. Isso é bom! Existem pessoas que tentam durante anos a mesma prova... isso é bom? Tenho minhas dúvidas. Não seria melhor aceitar a incapacidade e a fragilidade, buscando uma oportunidade mais favorável? O problema com a resistência é quando ela se torna obstinada e inflexível. Não se passa anos na terapia aprendendo a perde de vez em quando? As perdas são saudáveis!

Não queremos ser frágeis, mas a força reside no ato de admitir a fragilidade, aceitar que somos dependentes, que temos limites, que nenhuma situação é eterna, que o topo é só um estágio passageiro. É nesse ponto que a resistência torna-se um câncer que a tudo destrói.

"Se não podemos viver sem limites, também não podemos viver dentro de limites sufocantes. Assim, é preciso limitar até as Limitações." e "Quando um caminho termina, convém aceitar com serenidade o novo rumo que está se configurando." Alayde Mutzenbecher – I Ching, hexagrama 60

 Sigo na luta pela fragilidade, pela aceitação dos meus limites e incapacidades externas.

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