quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ainda sobre Benjamim Button

Devo dizer que depois de ver o filme e ler o conto, tive certeza que são coisas diferentes. O conto de Fitzgerald faz uma sátira com esse desejo idílico do ser humano, de ter maturidade e juventude ao mesmo tempo, e mostra que como o sol e a lua, esses dons não caminham na mesma direção — de nada adiantaria inverter sua ordem.

Já o filme tem uma forte mensagem de que, na vida, nada está fora do lugar, tudo acontece no tempo certo. Aquilo que parecia perdido, só não estava amadurecido o suficiente e em breve poderá dar frutos. Também fala que estamos amadurecidos no momento mais rico de nossas vidas, onde podemos ver nossos frutos crescerem e andar com as próprias pernas. Eu o resumiria no texto bíblico:

“Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer;
tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar;
tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir;
tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder;
tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser;
tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar;
tempo de guerra, e tempo de paz.”
Eclesiastés 3

4 comentários:

Anônimo disse...

Este texto do Eclesiastes é um dos mais interessantes da Bíblia ao relativizar conceitos que outros livros bíblicos tratam de forma absoluta.

Ao invés do "não matarás", este texto deixa claro que há um "tempo de matar". Paz? Amor? Só no tempo certo, que há de haver o tempo de guerra e o tempo de odiar.

Anônimo disse...

Assista e comente "Milk"... acabei de assistir e achei incrível!

Cintia de Sá disse...

Muito interessante sua observação, Roberto! Eclesiastes é um dos livros bíblicos que mais impregnou minha vida. Fica ressoando... "vaidade das vaidades, tudo é vaidade". E olha que há, pelo menos, dez anos não leio a Bíblia.

Cintia de Sá disse...

Mauro, incluirei Milk na minha lista. Bjinhos