quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Como transformar vida em poesia
Moça com brinco de pérola tocou nesse ponto e me encantou, na verdade me extasiou com a sensibilidade com que mostra o prazer que a arte pode proporcionar. A paixão pela luz, pelas cores, composição, tintas... e pelas formas naturalmente belas. O amor compartilhado pelos protagonistas é o envolvimento que ambos tinham com o ofício da pintura. E essa é uma linda história de amor. (Confira um trecho dessa bela paixão aqui).
Foi impossível não me encantar pelo azul e amarelo utilizado por Vermeer ao retratar a moça. Não apenas pelo efeito que causa na pintura, mas também pelo entusiasmo mostrado entre a aquisição do pigmento e sua fixação na tela. Que alquimia deliciosa!
Para mim o filme é uma pintura em movimento, não por ser um vídeo e ter uma fotografia exuberante, mas pela forma como exibe o possível processo de criação de uma pintura que transcendeu no tempo.
O trajeto desenhado pelo tempo entre a pintura e o filme também é bonito: um homem retrata uma jovem com paixão, três séculos depois uma mulher se encanta pela obra e desconhecendo a história da moça, decide criá-la através da literatura. Finalmente, o livro é adaptado ao cinema.
Sugestão: baixe o papel de parede do quadro aqui, e apaixone-se se for capaz.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Minha fantasia de Carnaval
Bem, aqui já encarno a Amelie Poulain por seu espírito sonhador, mas em momento algum eu quis ser ela. Gosto das personagens fortes. Minha fantasia favorita seria a carrancuda, calada e muito eficiente Trinity de Matrix. Ela sim! É uma fantasia e tanto!
Desde os primeiros minutos do filme, logo após o agente Smith dizer que os policiais já estavam mortos ao tentarem encurralar aquela mocinha, ela me encantou numa sequência onde Trinity, aparentemente num beco sem saída, agride os policiais num balé aéreo memorável, foge pela janela, corre pelos telhados, pula entre prédios, se joga numa janelinha minúscula para cair já de arma em punho e conseguir fugir. Pronto! O filme já tinha me ganhado, e a partir dali meus esforços seriam compreender como ela conseguia fazer aquilo tudo, que lógica havia na trama.
Trinity é uma personagem feminina forte, objetiva, consciente de sua capacidade, séria em sua missão, mas sem perder capacidade de amar. É lamentável que as sequências de Matrix tenham acabado com tudo, inclusive com a magia dela. Pra mim, só existiu um filme chamado Matrix, os demais foram produtos da Matrix.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Julie e Meryl
Sábado passado vi Julie e Julia, uma delícia... forrem o estômago antes de assistir ao filme!
O que mais me chamou atenção foi a personagem de Meryl Streep, Julia Child. Foi tão legal que terminei o filme com uma vontade enorme de conhecer a Julia real, apresentadora de um programa de culinária nos EUA durante a década de 60. Catei na internet e encontrei esse vídeo, que só um fã faria! Uma comparação entre cada detalhe de um programa de TV, que efetivamente foi ao ar na década de 60 e que foi interpretado pela Meryl Streep. A fã não era da atriz e sim da cozinheira, que achou a interpretação exagerada.
Gostei tanto da personagem quanto da Julia real. A personagem é mais caricata e cativa pela alegria e espirtuosidade. A Julia Child, além de espirituosa transmitia uma seriedade, respeito e comprometimento formidáveis! Seus vídeos demonstram que ela não estava na TV para enrolar e atrair público, como acontece nos atuais programas culinários. Ela se colocava diante das câmeras com o verdadeiro propósito de ensinar, de forma acessível, a complexa culinária francesa. E com sua seriedade ela conseguia! Recomendo esse vídeo, onde ela demonstra que fazer uma omelete é algo muito simples, basta usar os utensíclios adequados e conhecer umas dicas básicas. Deu até uma pequena vontade de cozinhar... mas já passou!