Moça com brinco de pérola tocou nesse ponto e me encantou, na verdade me extasiou com a sensibilidade com que mostra o prazer que a arte pode proporcionar. A paixão pela luz, pelas cores, composição, tintas... e pelas formas naturalmente belas. O amor compartilhado pelos protagonistas é o envolvimento que ambos tinham com o ofício da pintura. E essa é uma linda história de amor. (Confira um trecho dessa bela paixão aqui).

Foi impossível não me encantar pelo azul e amarelo utilizado por Vermeer ao retratar a moça. Não apenas pelo efeito que causa na pintura, mas também pelo entusiasmo mostrado entre a aquisição do pigmento e sua fixação na tela. Que alquimia deliciosa!
Para mim o filme é uma pintura em movimento, não por ser um vídeo e ter uma fotografia exuberante, mas pela forma como exibe o possível processo de criação de uma pintura que transcendeu no tempo.
O trajeto desenhado pelo tempo entre a pintura e o filme também é bonito: um homem retrata uma jovem com paixão, três séculos depois uma mulher se encanta pela obra e desconhecendo a história da moça, decide criá-la através da literatura. Finalmente, o livro é adaptado ao cinema.
Sugestão: baixe o papel de parede do quadro aqui, e apaixone-se se for capaz.