quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O vale da sombra da morte



Uma liberação da maldade e do ódio que se encerra no âmago do ser humano e a busca incessante e frustrada do prazer, são os dois temas que me tocaram durante o filme Anticristo, de Lars Von Trier – que poderia ter sido dirigido pelo David Lynch, tamanha a confusão que faz na sua cabeça.

Cristo representa a parcela de amor e bondade que carregamos, nutrimos e desejamos que se torne preponderante. Já o Anticristo é aquele sentimento obscuro e destrutivo que mantemos escondidos, mas que deseja vir à tona e deseja tomar boa parte do espaço ocupado pela brandura da alma. 

Reconhecer que ambos habitam o nosso coração nos livra da loucura que, ao esbarrar em sentimentos que julgamos menos nobre, pode nos confundir, a ponto de nos identificar apenas com o mal e acreditar que somos essencialmente maus. Tal reconhecimento também nos liberta de lutas e embates contra nós mesmos, quando desejamos ser apenas bons cristãos. Resumindo, vou chover no molhado: é preciso encarar o lado sombrio para saber lidar com ele, sem nos perder nas trevas. 

Se ainda tem dúvidas, assista ao filme e veja como é o Vale da Sombra da Morte.

"O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias."  Salmos 23

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