quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Singularidades do Festival do Rio 2009

Cabe aqui uma avaliação do que tem sido esses primeiros dias de festival.

Primeiro o odioso vício do Festival do Rio ter uma lista enorme de filmes não liberados e sessões cancelas. Sofri desse mal no sábado passado. Cheguei em Ipanema para o filme O pai dos meus filhos e o filme ainda não tinha sido liberado. Bati de cara na porta da bilheteria. Saí de Ipanema e fui para o Espaço de Cinema, em Botafogo. Quando pedi ingresso para A Criada a moça me informou: "Esse casal no guichê ao lado está comprando os dois últimos ingressos, senhora". Bati de cara na porta da bilheteria 2. Saí do guichê com vontade de matar "o casal ao lado"... mas me contive e me encaminhei a tal listinha de filmes não liberados e comprei antecipado ingressos dos filmes liberados que eu havia programado. Resumo do sábado: três horas de trânsito (tinha engarramento por toda parte), uma hora em Ipanema e outra em Botafogo. Nenhum filme assistido.

Domingo a sorte sorriu pra mim, com o ingresso comprado antecipadamente, fui ver Tráfico de Almas, filme que foi renomeado para Eu, Ela e minha alma e que no original se chama Cold souls. Uma delícia de filme, ri bastante e salvou meu final de semana.



Segunda foi a vez do documentário Vogue – a edição de setembro, muito interessante. Adorei ver as personalidades que inspiraram o filme "O Diabo Veste Prada" e as produções da revista.


Hoje tive minha primeira decepção com Singularidades de uma Rapariga Loura, uma verdadeira piada, de tão ruim que é. Demora-se uma hora para dizer o óbvio e a tal rapariga nem tem muitas singularidades... Uma bolinha para o filme.

sábado, 26 de setembro de 2009

Minha maratona...será?

Saiu a lista do Janot!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Meu entusiasmo pode ser explicado: caso você queira ler a sinopse de todos os filmes, procurar indicações, procurar a lista dos filmes que teremos outra oportunidade de ver, para depois montar sua programação, vai precisar encarar mais de 300 filmes, algumas listagens pela internet e alguns dias de trabalho árduo.

Marcelo Janot, meu crítico favorito, faz todo esse trabalho e divulga uma lista de poucos filmes. É muito mais fácil decidir entre 40 filmes, gasta-se apenas umas horinhas... rs rs s

Ontem gastei minhas horinhas e selecionei 9 filmes, que cabem no meu horário, no meu espaço geográfico e no meu bolso. Lá vai:

Sábado – 26/09
Deixei o documentário do Milk de lado... q pena.

O pai dos meus filhos

Grégoire Canvel é casado, pai de três filhas e produtor de cinema. Entre um telefonema e outro, ele fuma um cigarro e tenta conciliar projetos difíceis, apaziguar egos inflados e resolver problemas financeiros de sua produtora, que não pára de acumular riscos. Em meio a tudo isso, ainda precisa arranjar tempo para dedicar à família. Sua mulher o convence a passar o feriado na Itália, mas ao voltar a Paris, Grégoire se depara com a situação mais difícil de sua carreira, e se vê ameaçado pelo cansaço. Prêmio Especial do Júri na Mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2009.

A criada


A introvertida Raquel trabalha como empregada para a família Valdés há 23 anos. Amargurada e comportando-se como um membro da família, passa a entrar em choque com a filha mais velha, levando sua patroa, Pilar, a contratar outra pessoa para dividir com ela as responsabilidades da casa. Sentindo seu posto ameaçado, Raquel expulsa a nova moça com terrorismo psicológico. O caso se repete até Pilar contratar uma jovem inexperiente do interior, Lucy, que se mostra a única capaz de romper a barreira que Raquel construiu em torno de si. Melhor filme de ficção e melhor atriz em Sundance 2009. 

Domingo – 27/09
Deixei A Criança e Tráfico de Almas... q pena.

A Pequenina

Patti é uma artista de circo que vive com seu marido, o palhaço Walter, em um trailer na periferia de Roma. Ao encontrar a pequena Asia, de apenas 2 anos, sozinha em um parque, decide levá-la temporariamente para casa. Lá, descobre um bilhete da mãe da menina prometendo voltar para buscá-la. O adolescente Tairo, vizinho do trailer ao lado, passa a ajudar Patti a cuidar da “pequenina” e a encontrar sua mãe. Mas Asia logo se familiariza com o ambiente marginal do circo e com o carinho com que lhe é dispensado. Melhor Filme Europeu da Quinzena dos Realizadores de Cannes 2009.

Segunda– 28/09

Vogue - a edição de setembro


No mundo da moda, a edição anual de setembro da Revista Vogue é uma autêntica bíblia, que dita os rumos da industria. Por trás da revista, está sua editora, Anna Wintour, figura poderosa e polarizadora de opiniões. Em 2007, ela se prepara para lançar a maior edição de setembro já feita. Entre Fashion Weeks, takes de fotos e reuniões sigilosas e estressantes, a editora, a diretora artística Grace Coddington e toda a equipe embarcam numa incessante jornada de nove meses. A relação entre Wintour e Coddington revela a delicada química responsável pelo sucesso inabalável da revista.

Quarta– 30/09
Deixei Palavra (en)cantada
grátis no BNDES... q pena.

Singularidades de uma rapariga loura

Macário trabalha como contador no armazém de seu tio Francisco, em Lisboa. É o seu primeiro emprego. Do outro lado da rua, mora Luísa Vilaça, a rapariga loura por quem se apaixona no instante em que a vê. Imediatamente, decide desposá-la. O tio discorda, despede-o e expulsa-o de casa. Macário parte de Lisboa, mas leva a certeza de que não desistirá da amada. Em Cabo Verde enriquece, e quando volta já tem a aprovação de Francisco para o casamento. Que mais o jovem poderia desejar? É só então que descobre a singularidade do caráter da noiva. Baseado no conto homônimo de Eça de Queiroz.

Sexta– 02/10

Aquário

 A volátil Mia tem 15 anos e está sempre se metendo em confusão. Foi expulsa da escola e, ignorada por seus amigos, passa os dias vagando pela vizinhança. Seu único interesse é a dança, que ocupa grande parte do seu tempo livre. Quando num dia quente de verão sua mãe traz para casa o atraente e simpático Connor, as coisas prometem mudar pra melhor. O misterioso estranho parece ter vindo para trazer amor e alegria definitivos para suas vidas. Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2009.

Sábado – 03/10

Ainda a caminhar

Todos os anos, a família Yokoyama se reúne no aniversário da morte de Junpei, o filho mais velho, que faleceu há 15 anos tentando salvar um menino de afogamento. Seus irmãos, hoje dois adultos de meia-idade, sabem que nunca serão tão estimados pelos pais quanto o primogênito. Kyohei, o patriarca, se esconde em seu antigo consultório para fugir da agitação dos netos, enquanto Toshiko, a avó, comanda a cozinha tentando não transparecer as frustrações de seu casamento. Mas os conflitos convivem lado a lado com momentos de intenso afeto.

Domingo – 04/10

Mommo

 
Ahmet, de nove anos, e Ayse, sua irmã mais nova, são inseparáveis. Após a morte da mãe, seu pai casa com outra e vai embora, abandonando-os na casa do avô, Hasan. Embora dê todo o carinho aos netos, Hasan tem a saúde frágil e não consegue cuidar bem deles. Ahmet torna-se então mais do que um irmão para Ayse: é pai, mãe e ídolo. Sempre que ela fica com medo do bicho-papão, ele tenta acalmá-la. Mas, no fundo, Ahmet também é uma criança com seus próprios medos. Quando o vizinho sugere que Ayse vá trabalhar para uma rica família, cabe a Hasan intervir para manter os netos juntos.

Segunda–04/10

A caixa de Pandora

Os irmãos Nesrin, Güzin e Mehmet moram em Istambul e levam vidas distantes, centrados em suas preocupações de classe média alta. Um dia precisam viajar ao vilarejo natal para procurar por sua mãe, Nusret, que desapareceu. Eles a encontram, mas ela apresenta sinais de Alzheimer, e os irmãos decidem levá-la para Istambul. Cuidar da mãe, no entanto, faz com que antigos conflitos ressurjam. Nusret também não está contente, pois deseja voltar a sua cidade. O único que parece compreendê-la é Murat, seu neto rebelde e introspectivo. Concha de Ouro e de Prata no Festival de San Sebastián de 2008.



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Festival do Rio

Essa semana começa a loucura do Festival do Rio. São mais de 300 filmes em quinze dias. Ainda não tenho uma lista dos filmes que quero ver, as informações saem sempre em cima da hora e é difícil fazer a seleção. A tentação desse ano fica por conta de Los Abrazos Rotos, de Almodóvar. Sei que entrará no circuito em breve, mas o cartaz do filme está um desbunde e Penélope Cruz é uma atriz que ganha um vulto enorme quando é dirigida por Almodóvar (aquele que faz cinema com paixão). Apesar de tentador, vou esperar e gastar meu dinheiro e tempo nos mais raros.

Como os filmes mais falados são aqueles que entrarão em cartaz em breve, as pérolas ficam escondidas e muitas vezes não conseguimos encontrá-las. Acaba sendo um tiro no escuro. Mas não posso reclamar, ano passado minha seleção – baseada na lista do Janot – foi boa. Alguns filmes entraram em cartaz, como Valsa com Bashir, um documentário espetacular que merece ser visto. No entanto, outros nunca ganhariam bilheteria: Na Cidade de Sylvia, que foi achincalhado pelo público durante o próprio festival, e Traquinagens, sobre o qual eu já escrevi aqui.

Teve um que eu não consegui ver e nunca entrou em cartaz: Aquiles e a Tartaruga, um filme japonês que foi uma pena eu ter perdido. Vocês, os Vivos entrou no circuito há uns meses e mesmo assim não consegui assistir ainda, esse também arrancou reclamações de muitos, mas minha irmã gostou e confio nela. Há também o entusiamante A Onda, que está em cartaz e pretendo ver essa semana, antes do festival começar.

A pérola que vi em 2008 foi Na Cidade de Sylvia, um filme que fiquei feliz em ver sozinha porque muitas pessoas não gostaram e eu adorei mergulhar nele. Foi inebriante e ainda pretendo escrever à respeito, mas como é feito de imagens, movimentos e silêncios, torna-se difícil explicar em palavras. Quem for voyer o suficiente pode ver um lindo trecho aqui.

Espero ter boa sorte esse ano também! Janot, help!!!!!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Derivando


Semana passada saí do cinema orgulhosa dos filmes brasileiros. Fui assistir À Deriva, do pernambucano Heitor Dhalia e me encantei. A história é de uma sensibilidade sublime e a primeira coisa que me chamou atenção foi a forma como a realidade dos anos 80 foi retratada. Sem glamour, sem brilho ofuscante, sem perfeição, real e bela. O brilho era do sol, do mar e das cores em seu estado natural.

Nada era adocicado, o não dito estava tão presente quanto na vida e nas relações que temos. Não dizer para não ferir, para não ser ferido, para não ser julgado e condenado. Não importa se é um adolescente ou uma mulher madura, a vida é cheia de incertezas.

Débora Bloch sempre me impressionou com sua beleza autêntica e nesse filme ela era uma mulher madura muito real e magnética. A adolescente Filipa era uma menina bonita e comum. Os gestos, o comportamento das pessoas, as falas eram muito plausíveis e próximas da realidade, pelo menos da minha.

O lugar onde as filmagens foram feitas também é naturalmente lindo. Cheio de mato, mar e pedras, uma paisagem bem brasileira e as casas são próximas do que vemos por aí. É possível ver o filme e sentir vontade de estar naquela praia, com a vantagem que Búzios fica pertinho daqui.

No blog oficial há um texto e vídeo legal sobre a estética dos anos 80 no filme.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Na Natureza Selvagem


Há momentos em que o lado negro, duro e cruel da vida nos é revelado de forma impactante. Essa dureza é a percepção de que a realidade difere daquilo que idealizamos. Ou que desejávamos coisas impossíveis, como as crianças que acreditam que o mundo tem que ser do jeito delas e pra elas. Sair desse egocentrismo é dolorido porque julgamos ruim o que não é do nosso jeito, temos dificuldades de aceitar a vida e as pessoas como elas são. “Narciso acha feio o que não é espelho”.


A realidade não é boa ou má, ela apenas é. Lutamos tanto por liberdade de expressão, liberdade de ser o que se é, mas oferecemos pouca liberdade aos outros. Assim somos: egoístas e egocêntricos. Perceber isso é doloroso, sentimos vergonha, nos condenamos, nos punimos e na maioria das vezes preferimos fingir que não vemos nada, que a realidade pode ser do jeito que sonhamos e maquiamos a verdade.

Mas algumas vezes decidimos encarar a dor ou simplesmente não conseguimos fugir dela. Nesses momentos a ruptura se faz necessária. Rompemos com os outros, com as circunstâncias e, principalmente, com nós mesmos – essa é a parte mais difícil.

No Tarô há a carta do Louco ou Bobo, um herói jovem que parte sozinho para uma jornada desconhecida, mas parte com muito entusiasmo. Ele não sabe onde vai, o que encontrará e como ficará, mas sente que precisa seguir essa viagem. É um andarilho, errante e despreparado. Sua bagagem é ínfima e sua percepção é desprezada por ele mesmo. Ele vai caminhar por todas as cartas e passará por muitas situações até encontrar-se relizado. Na Natureza Selvagem é pra mim a história desse Louco que habita nossos corações e que precisamos encarnar uma vez ou outra.

Quando partimos, não percebemos o rompimento interno, achamos que estamos sempre quebrando com o outro e mantendo fidelidade às nossas crenças... mas aos poucos, vemos que as coisas não são bem assim, que também erramos, que também somos fracos. Algumas horas – quando passamos pela carta da Torre – sentimos o chão desabando e não sabemos em que acreditar. Nessas horas nos afastamos do mundo em graus variados e Christopher McCandless foi ao extremo para encontrar a sua natureza selvagem.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

De roupa nova...

Desde que criei o blog, eu queria colocar uma imagem que o identificasse e falasse um pouco de mim ou do que desejo pra esse espaço. Mas nenhuma idéia me agradou e deixei ele branquinho mesmo. Depois surgiu a Amelie de Sá e fixei minha foto. 

Um dia desses, revendo minhas lembranças de infância, percebi que o rugido do leão da MGM era o maior ícone do cinema pra mim. Seguido da frase "versão brasileira Herbert Richers" e, mais recentemente, a musica da vinheta da 20th Century Fox. Tudo isso funciona como o "era uma vez" dos contos de fadas, é uma espécie de portal para uma outra dimensão – da imaginação.

Como eu amo a "Amelie" e não quero me desfazer dela, pensei em colocar minha foto no lugar do leão no logo da MGM. Ontem li um post bem interessante sobre a história dos símbolos dos estúdios de Hollywood e decidi colocar a mão na massa e mudar o visual do meu blog. Sinceramente, achei bem divertido e gostei bastante!  :-)