quarta-feira, 27 de maio de 2009

Incômodo Manero








A luz se acende no fundo do cenário da retina, todos os brilhos, as cores e sorrisos, movimentos, tudo é tão perfeito que caímos no pecado original do desejo de ser a própria perfeição, ser deus. Quando essa luz se acende nossos desejos salivam como uma besta e os olhos param hipinotizados por essa imagem. Não vemos nada além dela. Olhamos o espelho e já não vemos nosso reflexo, mas aquela imagem iluminada de tudo que queríamos ser... deuses perfeitos feito cinema, novela e foto de revista.

Quando essa luz se acende já não somos nós. Tony, você é maneiro demais!
Acende-se a luz, fecha-se a cortina e lá fora a vida passa empoeirada, suja e feia como sempre foi. Mas Tony é maneiro, alucinante, hipinótico. Já não somos nós por livre iniciativa. Somos ele, Manero.

Quantos brilhos bailam diante da mente imaginada, enquanto o rolo da vida não para de rodar. Não para! E mesmo que o espelho nos mostre não vemos o ridículo que se reflete, porque a p* da projeção do filme também não para de rodar. Lá dentro, na nossa imaginação.

Tony, eu também sou maneira!

Site oficial do filme

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Desbunde visual

Sedução











indumentária













acessórios













Padronagens, muitas!!!













Vi recentemente diversos filmes sobre rainhas, comecei pela Maldição da Flor Dourada e a última foi Elizabeth. Entre eles está Maria Antonieta de Sofia Coppola, um dos que mais me impressionaram. O filme é visualmente encantador e lança um olhar diferente sobre a última rainha da França. Não que eu tivesse alguma idéia formada sobre ela, que pra mim sempre foi aquela que perdeu a cabeça, nada mais – pura alienação histórica. Tenho meus preconceitos tanto com a realeza quanto com a Revolução Francesa...


Mas felizmente, esse filme não pretendeu ser histórico, não mostrou fatos e trouxe Maria Antonieta para o mundo dos mortais. Pra mim ele não fala de uma única rainha, mas de tantas outras mulheres da realeza, que por acordos políticos eram obrigadas a largar sua família, seu ambiente, sua pátria e todos os laços afetivos antes dos dezoito anos para se casar com um homem que nunca viu.

Teria que ser bondosa, sorridente e sedutora. Forte o suficiente para manter o acordo político. Em contrapartida, essa menina teria todos os luxos e mimos que desejasse... não é difícil pensar em excessos...

E excessos era o que não faltava em Versailles. Maria Antonieta apenas usufruiu disso como desejou. Sempre achei a cultura material dessa época na França um exagero e rechaçava prontamente. No entanto, o filme de Sofia Coppola me levou a uma descoberta do quão deslumbrante e belo esse universo pode ser. Agora penso que uma pesquisa profunda sobre essa época seria uma boa experiência para o meu repertório gráfico. Lê, temos muito o que conversar...

Estou felicísssima pela descoberta e compartilho com a personagem seu encanto ao entrar no castelo, sintome-me como ela nessa cena.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Honra, Orgulho e Preconceito


Semana passada vi os posts do Pablo Vilaça sobre trilha sonora e fiquei viajando nisso. Fiz uma lista dos filmes de trilhas marcantes para mim, mas ainda não é hora de falar dela. No entanto, fiquei com isso na cabeça. Hoje, casualmente, resolvi ouvir música no meu mp3 do celular e lá estava a trilha sonora do Orgulho e Preconceito, que a minha irmã me deu e eu ainda não tinha ouvido. Passei o dia ouvindo no modo contínuo, no ônibus, no trabalho... e havia sempre uma música que me fazia parar o que estava fazendo para conferir o título: Darcy's Letter. É linda e toca num momento especial do filme, na segunda cena que eu mais amo.

O filme é lindo, tem uma fotografia belíssima e cenas sensacionais. Hoje, depois do trabalho, passei na casa da minha irmã e revimos algumas cenas, depois eu vi mais algumas em casa e poderia fazer uma seleção de belos movimentos, mas não encontrei nada imediato no YouTube, então, ficarei devendo.

Honra
2.Sentimento de dignidade própria que leva o indivíduo a procurar merecer e manter a consideração geral; pundonor, brio (dic. Aurélio).


A história do filme, adaptação do livro homônimo de Jane Austen, me fala de honra e dignidade. Ter uma pitada de orgulho é fundamental para manter o respeito e preconceito é um mal que demonstra excesso de orgulho. Entre ambos está a honra. Oscilamos entre o necessário e o demasiado, um desses equilíbrios delicados que a vida possui. Fiquei pensando que nos dias atuais a honra não é coisa que valha muito e não temos como experimentar o significado dela no século XVIII, quando o livro foi escrito. Creio que substituimos ela pelo respeito à individualidade. E acho que dá para pensar nesse orgulho necessário como o amor-próprio, sendo o preconceito como seu excesso, quando nos tornamos a medida para todos e julgamos o outro a partir de nós.

Assim, quando se nega um pedido que nos favoreceria mas fere nossa auto-estima, isso reforça a dignidade ou autenticidade que temos.

Minhas irmãs dizem que eu vejo coisas nos filmes que não estão lá, tudo bem, estão aqui. É pra isso que serve esse blog. E foi essa a minha interpretação de Orgulho e Preconceito.

Confiram a música que me marcou hoje nesse link.